Os Sete Guerreiros

Capítulo 1: Lin Lang

Bom dia, boa tarde, ou boa noite para você leitor ou leitora que lê este livro agora. Meu nome é Amateur, tenho por volta dos 35/36 anos. Tenho cabelos pretos, olhos verdes e pele branca. Não tenho pais, eles me deixaram no orfanato quando eu tinha 5 anos. Eu sou da ordem dos Cavaleiros de Elite do Reino de Krim, pra ser mais específico dos 7 Cavaleiros Banidos, apelidados de Os Sete Pecados Capitais. Eu sou o Pecado do Orgulho, o líder dos Sete Pecados Capitais, eu não sei onde os outros estão, por que, em uma luta depois de sermos banidos, eu mandei que eles se separassem, e assim foi feito.

Atualmente administro uma loja de penhores em uma vila do Reino de Lines, chamada Vila Arkwna, e fico viajando pelos reinos, em busca de informações. Eu acordo, abro os olhos – obviamente- e me troco para ir no balcão, esperar por clientes endividados. Até que o sininho toca.

– Olá, minha boa senhora, em que posso ter o prazer de ajudá-la? -Perguntei educadamente.

– Necessito de um pouco de dinheiro, trago este colar como garantia.

– Perfeito, vou dar uma olhada e já lhe falo o valor.

Fui para os fundos, e dei uma analisada básica no colar. Era um colar de ouro, com uma rubi no centro. Era realmente muito, muito bonito.

– Bom, senhora, hmmm.

– Lisa, me chame de Lisa.

– Bom, Lisa, ele é realmente lindo e valioso, está em ótimo estado, e vale uma fortuna!

– Quanto mais ou menos?

– 10.000 Hikes.*

– Gostaria de vendê-lo, tem como?

– Sim, espere um segundo enquanto eu busco o dinheiro.

– Certo.

Enquanto eu saia, percebi que a mulher, Lisa, ia ficando cada vez mais encantada com as relíquias caras que tinham nas prateleiras. “Talvez ela fosse comprar alguma delas com os Hikes que eu der”, pensei, abrindo minha maleta e pegando um bolinho de dinheiro. Ia voltando, conferindo quanto tinha, quando ela dá começo ao que parece ser uma conversa

– Você ficou sabendo que estão tentando achar um dos Pecados?

– Sério, qual? – Disse, tentando parecer surpreso.

– Dizem que é o Pecado da Ganância.

– Onde acham que ele está?

– Especulam que esteja andando por essas pequenas batalhas que acontecem todo sábado nas arenas.

– Hmm, interessante. Ohh, já ia me esquecendo, aqui está o seu dinheiro. -Disse, entregando o bolo de dinheiro a Lisa.

– Aah, obrigada. -Respondeu a mesma se virando e saindo.

– De nada.

Assim que ela passa pela porta, eu volto para os fundos da loja. Lá checo o calendário para ver que dia é hoje, e, assim que vejo que é sábado, pego uma de minhas mochilas, coloco o que acho que é necessário, tranco as portas e janelas, aciono os alarmes e saio em mais uma jornada na procura dos meus amigos e companheiros.

Depois de uma pequena caminhada pela vila, vejo que há alguns homens conversando enquanto calmamente trabalham, e consigo ouvi-los.

– Você viu a batalha que está acontecendo na vila ao lado?

– Sim, eu estava querendo ir, mais infelizmente não dá.

– É, realmente, parece ser tão legal.

– Sim.

Deixo de ouvir a conversa para ir para a vila ao lado. Quando chego na mesma, logo consigo ouvir os sons de vozes gritando e uma briga acontecendo. Eu me aproximo da arena e logo me deparo com a briga. Quando estou tentando chegar mais perto do ring, acabo esbarrando em uma mulher. Ela tinha longos cabelos magenta e olhos amarelos que combinavam com sua pele negra. Estava com um vestido branco simples e um sapato dourado, e também tinha como acessório, um brinco de ouro e um colar de ouro com fios que se entrelaçavam, enquanto uma pedra da lua ficava no meio deles.

– Me desculpe senhora.

– Sem problemas.

No momento em que ela se virou, pude sentir seus olhos amarelos enviando arrepios para a minha espinha, enquanto me esquentava por dentro.

– O que um cara como você faz aqui?

– Eu estou apenas passando.

– Hmm, entendo.

– E você, o que você procura aqui?

– Nada de mais, apenas quero supervisionar a luta.

– Por que?

– Não quero guerras, nem posso deixá-las acontecer.

– Mais é só uma lutinha de nada, o que pode dar errado?

– Até a menor das brigas, pode causar uma grande guerra.

– Você tem razão. A propósito, qual o seu nome?

– Maiuy, e o seu?

– Amateur, meu nome é Amateur.

– Bonito nome.

– Obrigada.

Maiuy continua ao meu lado, e enquanto ela olha ao redor, eu procuro pelo meu amigo, Lian, até que eu percebi que no Ring há um cara grande e forte, e um pequeno mais com alguns músculos. O cara grande tinha pele branca, cabelos pretos e estava sem camisa, apenas com um short preto. Já o cara pequeno tinha cabelos brancos, pele parda, um olho vermelho e outro azul, e estava usando uma blusa marrom aberta, junto com uma calça preta. O cara grande parecia estar tendo dificuldades para derrotar o pequeno, mas o pequeno estava de boa, como se estivesse lutando contra uma mera formiga. Até que é anunciado o vencedor das finais.

– E o vencedor é… – Diz um carinha pequeno, provavelmente da raça dos anões- Lin Lang!

Todos começam a gritar e o cara grande que estava deitado no chão se levanta, e premiam o tal “Lin Lang”, e Maiuy diz.

– Acha mesmo que o nome dele é Lin Lang?

– Não, sei que não é. Vou confirmar ainda, mas acho que ele é o Lian.

– Lian, você quis dizer, o pecado da Ganância?

– Exato.

– Então minhas suspeitas foram confirmadas, você é mesmo Amateur, líder dos Sete Pecados Capitais, Pecado do Orgulho.

– Como sabe disso?

– Sei de tudo, mas fique tranquilo, não conto segredos, a menos que me perguntem.

– Certo.

Quando o Lin Lang vai para o que parece ser um vestiário, eu vou junto, para perguntar a ele algumas coisas.

– Tenho que ir.

– Claro, pode ir. Mais antes. -Disse Maiuy, segurando minha mão e fazendo com que eu virasse minha cabeça, e depois o corpo.

– Hmm?

– Se precisar de mim, pode me chamar, apenas me chame pelo nome, eu irei aparecer.

– Ok, vou me lembrar disso.

Ela sai andando e eu fui até o Lin Lang. Quando chego lá, inicio uma conversa.

– Olá.

– Fala meu truta.

– Posso te perguntar uma coisa.

– Diga.

– Qual seu verdadeiro nome?

– O que você está insinuando?

– Seu nome não é Lin Lang, é Lian, e você é o pecado da Ganância.

– Eu?

– Não se faça de sonso.

– Não estou. Por sinal, se você sabe meu nome isso significa que você é…

– Amateur, líder dos Sete Pecados Capitais, Pecado do Orgulho.

– Hahaha, capitão, você disse que iria voltar e cumpriu sua promessa!

– Sempre cumpro.

– E então, como sabia que eu estava aqui?

– Tenho uma loja de penhores, que uso para obter informações sobre os outros, e uma mulher chamada Lisa, passou por lá e começou a falar sobre e sobre onde você estava.

– Entendi. Então, que tal se a gente voltar pra lá e tentar achar os outros?

– Adorei a ideia.

*Hikes: Moda usada no Reino de Krim, equivalente ao real. 

Capítulo 2: Ganância

Estávamos voltando quando Lian começou a falar.

– Então, capitão, como poderei ajudar a achar os outros?

– Pode somente me ajudar na loja.

– Aaaaah capitão, fala sério né, eu não quero ficar preso naquela loja imunda.

– Bom nesse caso -Disse, parando para encarar Lian- Tenho outro trabalho para você.

– E qual seria?

– Por que não sai por aí anunciando que tem uma loja de penhores na cidade? Não é uma ótima ideia?

– Não!! Quero ação!

– Rondar pela cidade em busca de informações é uma ação.

– Esse é aceitável.

– Ótimo, então este vai ser seu trabalho!

Assim que passamos pela entrada da vila, ele para de falar e começa a observar as lojinhas de rua, os vendedores conversando e as crianças mega entretidas com os palhaços de rua, e eu aproveito para pensar no que a Maiuy disse. O que será que ela quis dizer com, “Se precisar de mim, pode me chamar”? Como assim, será que ela é alguma espécie de “Anjo”? Não, não pode ser, anjos não podem ter olhos amarelos, pelo menos não que eu saiba. Mas eu também tenho que levar em consideração suas vestimentas e acessórios, porque, querendo ou não, branco e dourado são cores geralmente associadas a Anjos ou coisas Angelicais. Porém, de repente, Lian me chama, interrompendo meus pensamentos.

– Capitããããããããão. -Ele diz num tom sarcástico.

– Fale Lian.

– Essa barraca velha é a sua loja??

– Sim Lian, é minha loja.

– Caramba Capitão, ainda bem que eu não vou ficar aí dentro, estragaria toda a minha reputação e imagem.

– Se continuar reclamando vai começar a me ajudar na loja.

– NÃO!

– Então pare.

Entramos na loja -Contra a vontade de Lian, mas depois que eu ofereci dinheiro e disse que era apenas para ele se preparar, ele decidiu entrar-, dou a ele uma pequena bolsa de couro contendo:

– Uma arma para se caso alguém tentar atacá-lo ele ter como se defender (por mais que eu ache que ele consiga fazer isso apenas com os braços).

– Um bloco de notas para ele escrever tudo que descobrir sobre os outros pecados (me certifiquei de que era um bloco pautado, para que assim, ao menos, ele conseguisse deixar suas escritas ilegíveis retas)

– (Obviamente) Uma caneta para ele escrever (decidi dar uma caneta para não correr o risco de ele quebrar a ponta de um lápis ou entortasse o ferro de uma caneta-tinteiro).

– 10.000 Hikes para comida e bebidas (eu não iria o deixar passar fome nem sede, mas sabia que ele usaria todos em apostas)

– Um Télemake* para podermos nos comunicar

– (Por fim) Um óculos de proteção solar, também conhecido como Óculos de Sol.

Dou a mala para ele, junto com a lista do que há dentro, dou um adeus, e, assim que ele passa pela porta da frente, ouço batidas na porta dos fundos. Vou até lá para ver o que é, e é um garotinho, o carteiro da cidade, obviamente, ele me entregou uma carta e saiu antes mesmo de eu poder agradecer. Volto para o balcão e me sento para abrir a carta, e nela está escrito:

                                                                         “5/10/1400

Amateur,

Fiquei sabendo que se mudou novamente, mas eu consegui seu endereço, afinal, você sabe que eu consigo sempre saber onde você está! Você pode fugir o quanto quiser, mas eu sempre te encontrarei. Você sabe o que eu quero de você. Você sabe o que você me deve. Eu vou te perseguir até o inferno se for necessário, mas, enquanto você não me der o que eu quero… eu não vou parar.

Com muuuuuuito amor,

Amyka ;)”

Eu quase caí do banquinho de madeira quando li. Era uma carta dela. Aquela garota, ela nunca para.

Há um tempo atrás, entre meus 18/19 anos, conheci uma garota. Ela era linda, seus cabelos cacheados, eram tão volumosos. Sua pele negra, bem cor de chocolate, era linda. Seu sorriso com dentes tão brancos e reluzentes, junto com sua risada alta, era contagiante.  Ela era realmente muito bonita, seu nome, era Ayla. Estudávamos na mesma escola e na mesma classe, e mais! Ela era minha vizinha. Até que tomei coragem de expressar meus sentimentos, e, o que antes era apenas uma grande amizade, agora havia subido um nível. Havíamos virado namorados. Porém, ela tinha um problema, ela tinha algo que ninguém conseguia entender. Algumas horas ela estava feliz, alegre e falante, e do nada, ela tinha o que chamávamos de “Picos”. Ficava em pé -ou sentada-, só que, completamente reta, ela quase não piscava e não falava nada, e se falava, ela começava a tremer e a chorar.

Eu lembro que teve um dia que a escola decidiu fazer um passeio para um grande parque, eu estava muito feliz e a Ayla também. Ela teve um desses picos enquanto estávamos sentados em um banco, conversando, mas daquela vez foi… Diferente. Ela levantou, se virou lentamente para o portão, que estava bem perto do banco, e esse foi o grande problema. Ela correu para a rua, quando ela parou, no meio da rua, ela voltou ao seu estado normal, mas, bem na hora um carro passou e a atropelou. Eu me lembro exatamente da expressão de desespero no rosto dela, lembro das rodas traseiras do carro, esmagando seu pescoço. Me lembro do sangue escorrendo pelo seu corpo, e caindo na pedra quente. Depois desse dia, eu cancelei minha matrícula na escola e resolvi me mudar para o Reino de Lines e me abriguei em uma pequena vila, na costa leste do Reino.

Essa memória me atormenta até os dias de hoje, porém, eu decidi encarar meu medo. Antes de abrir a loja, eu estava decidido de que queria entender o que a Ayla tinha, então, eu fui atrás. Conheci essa garota, a Amyka, ela disse que me ajudaria, mas era tudo uma mentira. Essa garota, ela me manipulou, disse que me ajudaria, com a condição de que eu fizesse algo para ela, mas mal sabia eu, que o preço seria caro. No fim das contas, não consegui descobrir nada, mas mesmo assim, continuei devendo um favor a Amyka, e o favor, não era nada mais, nada menos que reviver Bervely, uma das bruxas mais malvadas e perigosas de todos os tempos. Era loucura!

Então, decidi fugir. Passei por várias Vilas, mas ela sempre me encontrava, até que eu parei nessa Vila, a Vila Arkwna, e montei a minha loja. Ela nunca mais havia falado comigo, então achei que estava seguro, mas agora que recebi essa carta, sabia que não. Ela devia ter estado lá na briga, quando eu fui buscar o Lian (Referente ao Cap. 1), deve ter me visto e me seguido! MALDITA! Agora que ela sabia onde eu estava, eu teria que arranjar uma forma de sair de lá.

Eu estava pensando em como poderia sumir do mapa novamente, até que meu Télemake toca, era o Lian.

– Fala ae capitão!

– Diga Lian.

– Achei uma notícia que vai te alegrar!

– Qual?

– Conto quando chegar aí.

– Lian espere!

ELE TINHA DESLIGADO NA MINHA CARA! Que vagabundo. Mas isso até que foi bom, porque enquanto ele estava voltando, pude pensar melhor sobre o assunto de fugir. Pense comigo: Se eu fugisse, Amyka iria me encontrar, então era muito melhor que eu a enfrentasse logo, correto? Então! Era só eu saber o que fazer quando ela viesse, e mais, o Lian está rondando a cidade, posso aumentar o salário dele e pedir pra ele me dizer quando ela chegar! Isso, eu tinha um plano, o plano perfeito! Agora, era só colocar em prática. E, do nada, arrebentam minha porta.

– Capitããããããããããããooooooo!!! Já sei onde a Hayvin está!



*Télemake: é tipo um celular daquele mundo (Sim é outro mundo, diferente do nosso, mas um pouco parecido em alguns aspectos), porém, ele só serve para ligações:) 

Capítulo 3: Floresta Azul Do Norte

– Você arrebentou a porta com seu chute -Disse, me levantando para ver a porta- E ainda sujou ela de barro. Que delinquente. -Disse, revirando os olhos.

– Aaaaaaaaaah capitão, deixe de frescura! É só passar uma buchinha que sai! -Disse Lian com uma cara de Deboche

– E quem vai passar essa bucha Lian?

– Você?

– Não Lian, você.

– Mais cap-

– Vai estragar a sua reputação de grande lutador- Disse, interrompendo ele, para não socar a cara dele- Sim, eu sei, por isso mesmo vai fazer isso hoje à noite.

– Ah.

– Agora, pare de me enrolar e conte logo onde a Hayvin está.

– Em uma floresta, ao norte da Vila.

– Existem muitas florestas ao norte da Vila, Lian.

– Ahm, bem, ouvi dizer que nela tem muuuuuuuuuuuitas Árvores De Inverno.

As Árvores De Inverno, são árvores que nas outras estações ficam com folhas murchas, porém, quando o Inverno chega, as folhas ficam com uma cor branca azulada, e pequenos flocos de neve aparecem em cada uma, assim como também são ganham flores brancas, lindas, como pequenos Lírios-Do-Vale, só que ainda mais lindas, e como um mega bônus, essas árvores soltam uma espécie de “Esporos” que fazem com que o ambiente fique frio, principalmente se tiver muitas delas. E existe uma floresta ao norte da Vila que tem Árvores de Inverno para dar e vender. Por ter muitas Árvores de Inverno, essa floresta foi apelidada de A Floresta Gelada, pois, pela grande quantidade de Árvores Do Inverno, ela acaba ficando extremamente gelada -principalmente no Inverno-, e acaba se tornando o lar dos Bonecos De Neve, Yetis e de dominadores da Arte Do Gelo.

Provavelmente, por ser uma dominadora da Arte Do Gelo, a Hayvin escolheu A Floresta Gelada como novo lar.

– A Floresta Gelada? -Disse, tentando estimular o cérebro pequeno do Lian a lembrar o nome.

– Acho que sim…

– Meu Deus -Disse, massageando minhas têmporas.

– Capitão…

– Sim Lian?

– Desde quando o senhor fala sobre… Bem… Ele?

– Linguajar para parecer normal Lian. Os humanos se assustam facilmente.

– Ooooooh, deveria ter adotado esse linguajar também? -Disse Lian, com o Indicador levantado, perto do rosto

– Sim Lian, deveria. A menos que queira ser tratado como um não-humano.

– Deve ser por isso que me olharam estranho quando ganhei aquela aposta…

– O que você disse quando ganhou a aposta Lian?

– Nada de mais, apenas disse para o outro jogador ir pro inferno.

– NADA DE MAIS LIAN? Lian, olha só, isso, para você é como um vai se fuder, para os humanos é como se você dissesse para eles morrerem.

– Eita, fiz bosta mesmo.

– Pelo menos você sabe disso…

– Capitão, o que a gente vai jantar?

– Depende, o que você quer?

– Bem… Quando eu estava falando da loja de penhores, descobri que tem uma espécie de restaurante que vende Matakis*, acho que seria uma boa a gente ir lá comer.

– Boa ideia, vamos?

– Pera ae, A GENTE VAI MESMO?

– Não vejo motivos para o contrário.

– AEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE.

– Vá saindo, vou apenas acionar os alarmes e pegar o dinheiro.

– Pode deixar capitão!! Te espero lá fora.

Enquanto Lian sai pela porta, eu vou para os fundos, e assim que passo pela porta, vejo alguém sentado na minha cadeira de trabalho -na qual sento para analisar melhor as relíquias- e me assusto com a presença de tal indivíduo que não consigo distinguir quem é, pois está escuro e a luz da lua não me ajudou em nada.

– AAAAAAAAAAAAAAH -Eu grito, caindo no chão, porém assim que aperto meus olhos, não vejo mais nada na cadeira e sinto uma mão no meu ombro.

– Capitão, tá tudo bem? O que aconteceu?

– Nada, nada, eu só me assustei com um rato que passou, foi só isso.

– Aaaaah capitão, achei que fosse algo mais sério. -Disse Lian, me ajudando a me levantar.

– Eu, ahm, eu vou pegar o dinheiro, espero só um segundo.

– Ok capitão, vou voltar lá pra fora. Me avise se precisar de algo.

– Claro, claro, pode deixar.

Pego o dinheiro, ativo os alarmes e saio da loja pensando o que poderia ter sido aquele vulto que eu vi. Vou andando ao lado de Lian, e percebo que todos os homens por ali lhe davam um “Oi”, e ele retribuía com um aceno.

– Já fez amigos? -Perguntei, curioso para saber.

– Aaaaaaaaaaah sim, eles são muito gente boa capitão.

– Fico feliz que tenha feito amigos Lian.

Continuamos andando mais um pouco até chegarmos a um restaurante chamado: “Doof Food”, que, em minha opinião, é um belo nome para um restaurante.

– Olá, como posso ajudá-los? -Disse o atendente assim que nos viu.

– Queria uma mesa para 2.

– Claro, sigam-me.

Conforme nos foi dito, seguimos o homem até a mesa, e um garçom se aproxima.

– Já querem fazer seu pedido?

– Lian?

– Sim! Eu quero um prato com 5 Matakis e um copo de cerveja. Da melhor que vocês tiverem! -Disse Lian, ansioso para se embebedar.

– Ok, e o senhor?

– Quero um prato com 2 Matakis, e uma água gaseificada sabor frutas vermelhas com limão, por favor.

– Certo, seus pedidos chegaram em breve.

Assim que os pedidos chegam, eu e Lian, começamos a comer.

– E aí capitão, quando a gente vai sair pra procurar ela?

– Ela?

– Você sabe, aquela garota que está nas florestas ao Norte.

– Aaah, está ficando mais inteligente Matt.

– Ma.. Aah, claro que sim capitão!

– Sabe que não precisa me chamar assim, não é?

– Sim, eu sei, mas vou continuar te chamando assim – Disse Lian, colocando o último pedaço do seu Matake na boca e tomando o resto de sua cerveja.

– Muito bem, vamos?

Assim que acabamos, voltamos para casa, mando Lian limpar a porta que ele sujou. Quando ele acaba, lá pelas 23:00, ambos vamos  dormir. Quando eu acordo, percebo que Lian não está na cama dele. Desço para o primeiro andar e encontro ele nos fundos sentado na minha cadeira de trabalho, com a carta da Amuy na mão.

– Porque não me contou que recebeu uma carta da Amuy?



Matakis*: Mataki é uma comida típica da Vila Arkwana que consiste em: arroz revestido com filé de frango empanado com molho de tomate e queijo. Geralmente, cada um dos Matakis são do tamanho de uma fatia de pão de forma.